domingo, 8 de novembro de 2015

O romance está morto

Em toda a minha vida observei que sempre que alguém brada aos quatro cantos "eu sou isso", geralmente isso é a última coisa que a pessoa é. Talvez seja muito mais uma percepção de um desejo de si. Principalmente quando se trata de romance. Aqueles que mais se dizem românticos, são os que menos o são. Talvez seja papo de conquista. Afinal, quem nunca distorceu um pouco a verdade para causar uma diferente primeira impressão? Ou quem nunca mentiu pelo puro prazer da conquista? Só que essas alterações da verdade não se sustentam por muito tempo. O tempo passa e logo a pessoa mostra quem ela realmente é. Alguns até esquecem o que chegaram a dizer no calor do momento.
E é assim com você, não é? Você está sempre a dizer que é o último romântico. Descascando tantas qualidades. Sempre sofrendo com os filmes ruins. Pois porque não presta atenção em quem está do seu lado? Tira o olho da tela do filme. Estou eu aqui. Tentando de tudo pela sua atenção e você nem nota. Me sinto pregada num outdoor e você passa sempre distraído sem me ver. Não sei mais o que fazer pela sua atenção. Me doi saber que há tão pouco interesse, nenhum. Foi tão bom ganhar teu beijo. Foi tão bom me sentir desejada. E agora, novamente, nada. Olha pra mim. Segura na minha mão. Conversa comigo. Me responde. Estou aqui desejando um olhar, uma palavra, um beijo, um abraço.. basta dizer um oi. Eu estou aqui, com as pernas ainda tremendo sempre que te vejo. Coração nervoso batendo acelerado. Suspirando. Olhando com carinho pra sua foto. E o seu romance está morto.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Eu queria você, queria que fosse eu PARTE 3

A vida seguiu.
Muito mais coisas aconteceram na minha vida durante esse tempo todo, não é como se eu só tivesse vivido isso. Mas enfim.
Se eu dissesse que não pensei na possibilidade de você ir para o show, eu estaria mentindo. É claro que eu pensei. Foi o lugar que eu te vi pela primeira vez. Sei que você costuma ir lá com regularidade e sei que você mora perto. Também parece gostar do estilo de música. Ia ser bom te ver ao vivo, já que só te via por foto, mesmo que fosse só passando de longe pra ver como você estava.
Um dia passando de carro eu te avistei de longe. Olhei com cuidado, mas parecia mesmo ser você. Era o dia do meu aniversário. Me perguntei se seria um sinal, desejei que fosse um sinal.
A minha preocupação maior com o show era outra, mas claro que mantive você no fundo do pensamento.
Perdi a respiração quando vi você de longe. Estava conversando com um amigo, mas perdi minha linha de pensamento. Era como se tudo tivesse parado e só você estava em foco e em movimento vindo em minha direção. Na verdade, você estava indo na direção do bar, eu quem estava no meio do caminho. Você passou meio longe, acompanhei timidamente com o olhar, precisei disfarçar a vontade involuntária de dar um sorriso e precisei prestar atenção na conversa. Tarde demais pra pensar na conversa. Eu ficava tentando ver você no bar com minha visão lateral. Você estava demorando e meio que se perdeu na multidão. Pensei em você, pensei quando lhe vi no meu aniversário apenas ha uma semana antes. Comecei a lembrar de tudo, do desejo que senti por você. Percebi que você ainda tinha o mesmo estilo. Você parecia ter engordado muito com relação ao que eu me lembrava. (Isso parece muito insensível de dizer, mas foi o que ficou na mente) Percebi que meu amigo me olhou com uma expressão estranha, Como se tentasse advinhar o que estava no meu pensamento, já que a conversa havia cessado, não estava mais nem escondendo que não estava prestando atenção nele. Contei pra ele. "É que passou um cara aqui e eu tenho muita vontade de ficar com ele, mas eu já fiquei com o pai dele e sei que nunca vai rolar nada." Quando o meu amigo estava rindo da situação você apareceu na minha visão lateral. Fiquei imediatamente nervosa. Dessa vez você estava vindo na minha direção. Passou bem na minha frente. Fiquei triste que não olhou na minha cara, não sorriu, não me cumprimentou. Só deu tempo eu dizer pro meu amigo "é esse aqui que passou" ele brincou "pois vou sair daqui, fica com ele agora". Rimos mais da situação. Meu amigo disse que eu podia fazer a novela "Verdades Secretas" eu não entendi direito a referência, mas sorri muito porque eu soube que tinha algum cara na novela que parece que ficava com a mãe e a filha, acho que era isso. Comentei com ele que fiquei surpresa o quanto você estava mais gordo desde a última vez que havia lhe visto. Meu amigo se irritou e perguntou se eu tinha algo contra gordos, falei que não, foi só algo que observei.
Outras preocupações tomaram conta da minha cabeça. Não antes de dizer um "sabia que ele ia estar aqui" mentalmente.
O show começou. Fui lá na frente curtir a banda que gosto. Voltei pra trás, meu amigo descobriu que dava pra pegar bebida em outro lugar. Perto de onde você tava. Acompanhei ele em um momento, passei por você. Quis olhar bem nos seus olhos, quis dar um sorriso enorme. O máximo que consegui foi olhar por dois segundos, baixar o olhar e reprimir o sorriso bobo da minha cara. Nem sei se você percebeu.
A cerveja acabou lá, meu amigo foi pegar e eu fiquei perto de você. Você estava de costas, acho que nem me viu. Conversava com seus amigos, eu decidi curtir o show ali mesmo. Cantei umas duas músicas e voltei a pensar em você. Olhando timidamente, você virava um pouco, mas nunca o suficiente para me ver.
Mudei de lugar e fiquei diretamente atras de você. Você me viu, não tinha como negar. Depois de algum tempo você veio em minha direção, olhando pra mim e sorrindo. Meu coração bateu forte, se encheu de alegria. "Ele me notou." Me abraçou para cumprimentar.
Falou comigo, e disse algo que partiu meu coração.. "é um prazer te conhecer pessoalmente". Meu mundo caiu. Tentei disfarçar o máximo que eu pude, mas na minha cabeça eu estava gritando "Será que ele não lembra de mim? Como assim prazer em conhecer pessoalmente? ELE NÃO LEMBRA DE MIM!". Você continuou e disse que eu estava linda, fiquei encabulada e feliz. A conversa seguiu um pouco, você ainda com o braço em mim e eu retribuindo. Até que você pediu licença pois ia ao banheiro. A conversa foi curta, mas me deixou feliz.
Você retornou. Nos abraçamos timidamente novamente, você perguntou com quem eu tinha vindo pro show, eu disse que sozinha, percebi uma expressão de estranhamento se formando e corrigi que estava com um amigo, mas logo complementei que ele estava por aí provavelmente ficando com alguém. Para você não pensar que eu estava "comprometida" e ter certeza que era só um amigo.
Você disse que ia voltar pro lugar que estava com seus amigos, logo na minha frente e que se eu quisesse conversar era só ir lá.
Meu amigo voltou pra perto de mim, mas estava com os amigos dele, eu estava com sede e fui ao bar, me serviram um copo de vidro. Passei do lugar que estava, passei por você olhando timidamente e fui mais na frente curtir o show onde eu estava e tive que sair pois chegaram algumas pessoas fumando, dessa vez a área estava livre. Percebi que um cara que estava acompanhado estava olhando bastante pra mim, acho que ele pensou que eu retornara ao lugar por causa dele, tentei evitar olhar pra ele. Apesar de ir pra frente só pra ouvir as músicas, o proposital era passar por você pra chegar lá e não olhar pra ele. Cantei algumas músicas, bebi tudo que estava no copo, tive que retornar.
Enquanto voltava passei olhando mais corajosamente pra você, dei um sorriso, você olhou pra mim.
Devolvi o copo, meu amigo disse que tinha procurado por mim. Fiquei conversando com meu amigo e no mesmo lugar, meu amigo saiu com os amigos dele.
Quando penso que não, o show acaba. Bem antes da hora que todos haviam previsto. É claro que teria mais um BIS, era a única explicação. Todo mundo ficou esperando, mas começaram a desmontar a bateria. Todo mundo sabe que quando começam a desmontar a bateria é porque acabou mesmo.
Todo mundo triste. Conversei com meu amigo que estava chateado, era muito cedo. Percebi você indo embora. Veio na minha direção, disse que o show acabou muito cedo, se despediu eu aproveitei para dar um beijo. Eu não sei de onde veio a coragem. Até agora me pergunto. Foi tudo tão rápido. Não era pra ter sido assim, você quem devia ter dado o beijo.. mas logo em seguida você retribuiu e me deu outro beijo (é, realmente você não lembrava de mim) e fiquei tão feliz.. perguntaste se eu não gostaria de esticar um pouco em um barzinho, beber uma cerveja. Eu aceitei. Vendo que seus amigos já seguiam pra porta você me chamou, mas eu precisei me despedir do meu amigo, nos despedimos e fui na loucura do momento com você. Bateu uma incerteza, insegurança, vontade de dizer que não e voltar pro meu amigo. Peso na consciência, medo.. mas você pegou na minha mão e ficou tudo bem.
Lá fora seus amigos não estavam mais tão empolgados em esticar. Você perguntou como eu tinha ido, se estava de carro, disse que não. Seus amigos indicaram que iam embora, você ficou meio sem saber o que fazer, perguntou se eu aceitava ir na sua casa que lá tinha vinho, eu confessei que não bebia, mas olharia você beber sem problemas. Seguimos pra sua casa de carona com seus amigos, afinal era perto.
Fiquei nervosa, não acredito que estava cometendo essa loucura na frente de tanta gente desconhecida ainda por cima.
Quanto nervosismo. Você foi falando com seus amigos o tempo todo, eu me concentrei em continuar segurando a sua mão e buscar um pouco de coragem ao acariciá-la. Me deu um conforto quando você reciprocou o carinho.
Chegamos lá, eu queria enfiar minha cabeça num buraco e me esconder de todo mundo. Quanta loucura e quantas testemunhas. Agora era tarde demais, respirei fundo e segui você.
Eu tentei ser bem forte. Imaginava que ia ser tudo perfeito e naquele momento definitivamente eu sabia que não seria. Tinha que ser perfeito. Foi difícil sair da minha cabeça. Tantos pensamentos e também tanta culpa. Não conseguia tirar a ideia de que você não lembrava de mim. O meu desejo era maior. Tanto desejo acumulado. Acabei desistindo da ideia de ser perfeito, já que a combinação de como tudo aconteceu era tudo menos perfeito. Era melhor aceitar a imperfeição. E foi muito bom. Muito bom estar contigo. Seu beijo, seu abraço. Tudo. Me deixaste muito feliz. Como você é carinhoso. Tive do meu lado a pessoa que eu sempre imaginei que você fosse. E nossa conversa, finalmente coisas em comum, finalmente tudo se encaixando. Poderia explodir de alegria.
Quando já nos despedíamos eu tive mais uma comprovação de que você realmente não lembrava de nada. A sensação era que estava mentindo pra você. Aquilo me destruía por dentro. Principalmente porque sinceramente é algo que não significou nada para mim. Por conta disso eu sei que nem posso mais manter você no pensamento.
Depois de tudo, vi um lado ainda mais diferente de você. Mais confirmação da pessoa que eu imaginei que você sempre foi. Era essa pessoa que, mesmo sem conhecer, eu me senti atraída pela primeira vez. Era por essa alma que a minha desejava. Chorei. Chorei muito. Chorei por perceber o quanto eu queria você. Chorei pelo meu lado Lucinda sempre a procura de um Horácio e que, estranhamente, essa minha metáfora nunca fez tanto sentido, se encaixou sem eu saber. Chorei por saber tudo o que você passou. Chorei pelas besteiras, infantilidades, pelas coisas tão suas. Chorei pelas suas angústias. Chorei de um ciúme bobo. Chorei pela vontade de estar ali do seu lado em cada relato que lia. Chorei por querer estar ao seu lado. Chorei por querer te dar outro abraço. Chorei por querer que o passado se apagasse. Chorei por me sentir um monstro, uma mentirosa. Chorei por saber que nunca vai dar certo. Chorei porque queria que fosse eu. Chorei porque eu sabia que você não ia mais ligar, tal pai, tal filho.


Eu queria você, queria que fosse eu PARTE 2

Enfim, o tempo passou..
Mas eu nunca esqueci de você.. Após várias circunstâncias, eu estava me sentindo muito sozinha. Queria fazer novas amizades. Queria conhecer pessoas novas, precisava me importar com gente nova, me perder na vida de outras pessoas. Sempre gostei de conhecer gente nova. Acabei cruzando com você pela internet através de um perfil em comum. Você voltou à minha mente. O desejo ainda estava ali, mas eu sabia que nada ia nunca acontecer, afinal já tinha pecado com o seu pai. Foi quando deu um estalo, já que há essa impossibilidade, talvez possamos nos tornar amigos. Quem sabe descobrimos coisas em comum, temos uma conversa agradável e uma amizade floresce. Fiquei feliz com a ideia de conhecer gente nova.
Acabei adicionando o perfil. Fiquei nervosa. Me adicionou de volta. Fiquei tão feliz. A cada curtida de foto eu ficava tão feliz. Me provou que havia uma conexão. Resolvi entrar em contato de verdade e mandar mensagem. Nada de resposta.
Fiquei arrasada. Ignorada. Doeu tanto.
Mas eu sou burra, masoquista e insistente, não ia desistir fácil. Mais uma mensagem.
A resposta veio. Coração palpitou, fiquei nervosa e feliz.
A conversa continuou e, para minha surpresa, você quis levar adiante. Quase não acreditei. Minha vontade era de gritar. Acabei dando gritinhos comemorativos abafados. Será que finalmente poderia dar certo fazer um amigo novo?
No entanto, nos dias que se seguiram percebi que a conversa não fluía. Era sempre eu procurando desculpas esdrúxulas para puxar assunto, você sempre meio desinteressado. A falta de interesses em comum acabou me ficando aparente. Quanto mais via fotos de você mais eu percebia que eu não sei se queria mesmo era só amizade com você. Ainda sentia uma atração. Percebi que estava caindo de volta ao meu padrão Lucinda de ser (Lucinda é uma personagem do Maurício de S. que gosta do Horácio e não é correspondida, eu tenho um histórico de amores não correspondidos, mas isso não vem realmente ao caso no momento). Nem tinha começado uma amizade ainda e eu já estava tentando investir bem mais do que estava recebendo de volta. Não valia à pena. Resolvi deixar pra lá. Me contentar com as curtidas de fotos.
Em dias de solidão ainda tentei insistir, mas ganhei o silêncio.. era o fim mesmo.
Minha mente ainda vagava de vez em quando, se ao menos eu encontrasse você. Surgiu uma oportunidade, mas ia ficar muito "na cara" que eu estava indo atrás de você. Era melhor desistir mesmo. Talvez se não tivesse ficado com seu pai. Pelo menos eu tentei construir uma amizade, tentei reprimir o desejo. Seríamos dois estranhos que curtem fotos. Vida que segue.

Eu queria você, queria que fosse eu PARTE 1

2012, foi quando te vi pela primeira vez, na verdade depois de muito pensar nesses anos acho que já tinha te visto antes, bem antes, você ainda era uma criança, me foi apresentado brevemente, mas eu acho que essa é só uma memória distante, uma memória estranha, nem sei se é real, sabe.. tinha outras preocupações na época.
Enfim, o importante é lembrar desse ano. Quando eu te vi pela primeira vez e já me chamou atenção de longe, te achei estiloso, intrigante, não era o mais bonito do lugar, mas tinha algo que me atraía.. até hoje não consigo explicar, não parecia necessariamente uma atração física.. uma atração diferente, não sei mesmo explicar, pois não sabia nada sobre você, como podia sentir uma atração tão magnética pela sua alma?
Enfim, te notei de longe.. entrando pelo bar, dando uma escaneada no local, foi a primeira coisa que me chamou atenção. A segunda coisa que me chamou atenção? Que você estava perto de alguém que eu conhecia. Meu coração palpitou com a possibilidade de uma conversa despretensiosa que me levasse até você. Se você estava conversando com essa pessoa, com certeza era o sinal que eu precisava de que você era, no mínimo, uma pessoa interessante.
Tive que analisar a situação, com a facilidade de uma amiga mais descontraída que eu, foi fácil se aproximar e puxar conversa. Nos aproximamos, a conversa foi puxada pelo nosso conhecido, que não via há anos, muitos anos, desde minha adolescência.
Palavras tolas jogadas ao vento por parte dele "acho que você nem lembra de mim" "claro que eu lembro, você quem não lembra de mim".. tudo uma vaga lembrança agora, em minha mente só havia o interesse de puxar assunto com você, mas eu nunca fui boa nessas coisas. Nunca mesmo. Estava nervosa, queria saber mais, queria te bombardear de perguntas, queria saber mais, queria saber tudo sobre você, já pensava em passar minhas mãos por entre os seus cabelos, meu deus quanta vontade já em tão pouco tempo.
Fiquei conversando com meu conhecido, fatalmente descobri que ele era seu pai. Me deu um nó na cabeça. Me senti estranha, muito estranha, como assim estava conversando com seu pai? Pelo menos vinha a maior certeza que, você devia ser bem mais que uma pessoa interessante.
Minha amiga veio a me informar que nosso conhecido, seu pai, estava flertando comigo. Eu falei que era impressão dela, que eu nem tinha notado. Afinal, eu estava bem mais preocupada em querer que um milagre acontecesse e você se interessasse por mim. Após mais um tempo tedioso afastada, porque eu não conseguia mais nem prestar atenção no show que se dava na minha frente, só tinha pensamentos em voltar e conversar com você e ainda tinha que lidar com a informação que seu pai estava mais interessado. Acabamos voltando por puro tédio e foi quando a conversa fluiu e ficou mais descontraída. Chegou um ponto que minha amiga avisou "meu deus como ele olha pra você, parece que ele vai te comer com os olhos, teve uma hora que ficou desconfortável, é como se ele quisesse te comer aqui mesmo" e, realmente, não tinha mais como negar, eu também percebi que seu pai ainda estava bem mais a fim de mim. Devo confessar que durante minha adolescência eu achei seu pai um cara muito interessante, eu não era a única. Todas achavam, todas suspiravam por ele. Então uma parcela daquela menina adolescente ficou feliz de ter a atenção que um dia desejou. Eu ainda pensei em mudar de lugar, ficar mais próxima a você. Já era muito tarde pra isso. No entanto, eu consegui dar uma cartada muito mais direta do que eu desejava, mas já estava ficando desesperada.. e tempos de desespero pedem medidas desesperadas.. perguntei sua idade, nem lembro mais qual a resposta, mas complementei com um "ah, já aguenta, já é permitido pela lei". Era pra ser algo só pra você, mas a reação da minha amiga foi extremamente exagerada "meu deus, olha o que ela já tá falando, já tá pensando" acabou deixando você extremamente desconfortável, pelo que percebi. Fiquei arrasada com o tiro pela culatra, confesso que depois de anos isso ainda ecoa pela minha cabeça. Como eu olhei com a cara feia pra minha amiga pra ver se ela parava com essa reação. O que eu não esperava era a reação do seu pai. Ele pareceu transtornado. Como se tivesse visto um outro cachorro disputando um osso. A reação dele foi como se tivesse praticamente mijando em cima de mim para marcar território. Pois foi quando ele pegou na minha mão, se aproximou intencionalmente de mim, me puxou pra mais perto. Era visível que ele realmente estava interessado. Foi quando, logo em seguida, descobri que você tinha namorada que desisti. Meu coração afundou. Foi como se tivessem jogado um balde de água fria e uma dura realidade nas minhas fantasias e devaneios românticos. Desisti de resistir ao seu pai. Retribuí os olhares, ele foi se chegando cada vez mais perto e me beijou logo, tudo isso demorou coisa de minutos, como eu disse parecia que ele estava marcando território. E já chega, já que eu, claramente, não ia ter você que eu ao menos me divertisse um pouco, eu estava precisando. Foi quando nos afastamos para nos aproveitarmos, e tudo o que aconteceu só diz respeito a nós dois e a menina adolescente que um dia eu fui.
Confesso vergoronhosamente que assim que cheguei em casa fui procurar tudo ao seu respeito. Na verdade só uma busca rápida pela internet para te ver mais uma vez, para ver um pouco do que você falava, conhecer um pouco de sua personalidade. Você pareceu ainda mais ser alguém com quem eu adoraria estar junto e essa realização me destruiu. Achei melhor esquecer, deixar pra lá e me concentrar no que tinha acontecido e não ficar imaginando o que poderia ter acontecido.
No dia seguinte até tive uma conversa com minha amiga em que eu dizia que eu queria mesmo era você e que não tinha mesmo acontecido nada de mais com seu pai como havia informado na noite anterior.. ela acabou revelando que tinha dado um beijo em você.. novamente foi como se meu coração tivesse afundado. Não sei porque, afinal eu tinha cedido aos encantos do seu pai. Não tinha mais direito, não tinha mais a menor chance.
Mas o tempo passou, nossa como o tempo passou. Mesmo assim eu não conseguia esquecer você.
Sempre tinha você lá no fundo dos meus pensamentos, lembrava de você com um carinho que nem devia ter.. Mente estranha essa a minha.